domingo, 28 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo ...



Queridos Amigos, um ótimo 2009!!!
Melhor ainda com as palavras do poeta ...

Receita de Ano Novo
Carlos Drummond de Andrade


"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? /passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."

domingo, 30 de novembro de 2008

Vem ...



Vem! Não te vás agora desta minha vida
preciso de ti como o poeta triste
que encontrou de repente a ilusão perdida,
agarra-se a ela pede e insiste: Fique!
Aqui sem ti é tudo frio
eu sinto na alma terrível nostalgia
e o mundo inteiro fica tão vazio!
Não te vás embora
desta minha vida agora!
Minha alma implora e não desiste
fique, que sem ti
serão esfarrapadas e tristes
todas as minhas poesias!
Fique, que trazes com tua presença
toda emoção que eu tanto necessito!
Fique, por Deus, eu repito
que durante tua ausência
de dor e de saudade eu não resisto!
Saiba... eu tenho bem guardadas
um punhado de rimas para te ofertar
mas, são palavras tão apaixonadas
que só ao teu ouvido poderei falar!
(Cassandra Rios)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mistérios



Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito de se apagar
Nem mesmo com toda água do mar
Preciso aprender os mistérios do fogo pra te incendiar
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito de atravessar
Preciso um navio pra me levar
Preciso aprender os mistérios do rio pra te navegar
Vida breve, natureza
Quem mandou, coração?
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo
pra te ensinar...
(Joyce/Maurício Maetro)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Há dores que eu sinceramente não resolvo!

No Elevador do Filho de Deus
Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressuscitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.
(www.escolalucinda.com.br)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Verdades e Mentiras

Responda depressa quem se acha esperto
Quem sabe de tudo que é certo na vida
Porque que a cara feroz da mentira nos pode trazer tanta felicidade
Porque que na hora da grande verdade às vezes o povo se esconde se esquece
Verdade....esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Mentira.... esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Verdade, mentira
Verdade ou mentira
Às vezes é sua inimiga a verdade
Às vezes é sua aliada a mentira
Aquilo que a vida nos dá e nos tira
Não anda de braços com a sinceridade
Por onde será que é mais curto o caminho
Qual deles mais sobre
Qual deles mais desce
Verdade....esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Mentira.... esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Verdade, mentira
Verdade ou mentira
Tem gente que jura que a vida é virtude
Tem gente que faz o bem por falsidade
Não há no universo uma força que mude
O dom da mentira, o som da verdade
A lábia do sábio, a arma do rude
São Deus e o Diabo unidos na prece
Verdade....esconde esconde
jogo de esconde esconde
tudo tudo se esconderá
Mentira.... esconde esconde
jogo de esconde esconde
tudo tudo se esconderá...
(Sá/Guarabyra)

sábado, 1 de novembro de 2008

100 anos de Cartola ...


Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo( a alvorada )
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida...
(Alvorada - Cartola)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Auto-Retrato


No retrato que me faço
- traço a traço -
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore...
Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...
E, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
Minha eterna semelhança,
No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!


(Mário Quintana)

sábado, 25 de outubro de 2008

Estações

Mudaram as estações nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre sem saber
que o pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa...
(Renato Russo)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sentir Saudade ...



Sentir saudade é merecimento e digo sem medo
Sentir saudade é como a poesia encarnada
A espera de alforria e palavra cantada
Luzir saudade, rever saudade

Quando vestido me dispo de saudade
Quando estou nu me pego de saudade
Quando me pego te espero com saudade
Quando te espero me visto de saudade

Sinto saudade até te esquecendo
Sinto saudade lhe vendo e lhe tendo
Sinto saudade as vezes doendo
Sinto saudade enquanto estou vivendo
(André Madi )www.myspace.com/andremadi

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Noites com Sol ...

Ouvi dizer que são milagres
Noites com sol
Mas hoje eu sei não são miragens
Noites com sol
Posso entender o que diz a rosa
Ao rouxinol
Peço um amor que me conceda
Noites com sol
Onde só tem o breu
Vem me trazer o sol
Vem me trazer amor
Pode abrir as janelas
Noites com o sol e neblina
Deixa rolar nas retinas
Deixa entrar o sol

Livre serás se não te prendem
Constelações
Então verás que não se vendem
Ilusões

Vem que eu estou tão só
Vamos fazer amor
Vem me trazer o sol
Vem me livrar do abandono
Meu coração não tem dono
Vem me aquecer nesse outono
Deixa o sol entrar
Pode abrir as janelas
Noites com sol são mais belas
Certas canções são eternas
(Flávio Venturini/Ronaldo Bastos) http://www.flavioventurini.com.br/

domingo, 19 de outubro de 2008

Temperamento Impulsivo


“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”
(Clarice Lispector)

Sem Fantasia



Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu

Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus
(Chico Buarque)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Luz dos Olhos

Ponho os meus olhos em você se você está
Dona dos meus olhos é você, avião no ar
Um dia pr'esses olhos sem te ver é como o chão do mar
Liga o rádio a pilha e a TV só pra você escutar...
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder melhor te enxergar
Luz dos olhos, para anoitecer é só você se afastar
Pinta os lábios para escrever a tua boca em minha...
Que a nossa música eu fiz agora
Lá fora a Lua irradia a glória
E eu te chamo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
porque eu te quero também
Faço as pazes lembrando
Passo as tardes tentando lhe telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora
E eu vou guiando
Eu te espero, vem
Siga onde vão meus pés
porque eu te sigo também
Eu te amo,
Eu te peço vem
Diga que você me quer
porque eu te quero também...
(Nando Reis)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eu ouço música...



Eu ouço música
como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...
Eu ouço música como
quem está morto
e sente
já um profundo
desconforto
de me verem
ainda neste mundo de cá...
Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!
Eu ouço música
como um anjo doente
que não pode voar.
(Mário Quintana)

domingo, 28 de setembro de 2008

Tentação



Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira
Que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas
E os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim:
Você nasceu para mim
Você nasceu para mim

Mesmo que você feche os ouvidos
E as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego
Com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão
E eis que, menos sábios do que antes
Os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim:
Me leve até o fim
Me leve até o fim

Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons...
(Choro Bandido - Chico Buarque e Edu Lobo)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Eurídice



Tantas vezes já partiste
Que chego a desesperar
Chorei tanto, estou tão triste
Que já nem sei mais chorar
Oh, minha amada, não parta
Não parta de mim
Oh, uma partida que não tem fim
Não há nada que conforte
A falta dos olhos teus
Pensa que a saudade
Pode matar-me
Adeus...
(Valsa de Eurídice - Vinícius de Moraes)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Já passou ...

Já passou, já passou
Se você quer saber
Eu já sarei, já curou
Me pegou de mal jeito
Mas não foi nada, estancou
Já passou, já passou
Se isso lhe dá prazer
Me machuquei, sim, supurou
Mas afaguei meu peito
E aliviou
Já falei, já passou
Faz-me rir, ha ha ha
Você saracoteando daqui pra acolá
Na Barra, na farra
No Forró Forrado
Na Praça Mauá, sei lá
No Jardim de Alá
Ou no Clube do Samba
Faz-me rir, faz-me engasgar
Me deixa catatônico
Com a perna bamba
Mas já passou, já passou
Recolha o seu sorriso
Meu amor, sua flor
Nem gaste o seu perfume
Por favor
Que esse filme
Já passou ...
(Chico Buarque)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Lídia ...




Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas (enlacemos as mãos)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses
Desenlacemos as mãos,
porque não vale a pena cansarmo-nos
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o
Colhamos flores, pega tu nelas e deixá-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento
Este momento em que sossegadamente
não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças
E se antes do que eu levares o bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te
assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
(Lídia - Fernando Pessoa)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

... Sinceramente sou diferente!

"Gosto dos venenos mais lentos,
das bebidas mais amargas,
das drogas mais poderosas,
das idéias mais insanas,
dos pensamentos mais complexos,
dos sentimentos mais fortes…
tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim,
porque vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual,
por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei a mesma pra sempre..."
(Clarice Lispector)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Basta de Clamares Inocência ...


Basta de clamares inocência
Eu sei todo o mal que a mim você fez
Você desconhece consciência
Só deseja o mal a quem o bem te fez
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrempedida
Vê se chora
Quando você partiu
Disseste chora, não chorei
Caprichosamente fui esquecendo
Que te amei
Hoje me encontras tão alegre e diferente
Jesus não castiga o filho que está inocente
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrependida
Vê se chora
(Cartola)

Alma de Blues


Preciso programar meu coração
Pra ser desapegado como tu
Quem sabe se eu fizer uma canção
A vida novamente fique azul
Cansei da cantilena sempre igual
Das queixas, culpas, mil explicações
Eu sempre me liberto, bem ou mal
Gastando o sofrimento nas canções
O tema como sempre o nosso amor
Agora está ficando tão antigo
Que as vezes me pergunto se acabou
Nunca tive nada a ver contigo
Não gosto de mergulhos no passado
Lembrar não ressucita o sentimento
O encanto que emoldura o ser amado
Se esvai quando se vai o seu momento
Bom mesmo é ser feliz
Amar de novo
Quem fica vira estátua no caminho
"Rei morto" rima sempre com "Rei posto"
O duro é não rimar e ser sozinho
Mas chega de fazer filosofia
O céu mais uma vez se fez azul
Enquanto espero a hora da alegria
Eu canto sem tristeza um doce blues
(Rosa Passos/Fernando Oliveira)

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Bilhete ...



Quebrei o teu prato,
tranquei o meu quarto
Bebi teu licor
Arrumei a sala,
já fiz tua mala
Pus no corredor
Eu limpei minha vida,
te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou,
está morto
Jogue a cópia da chave por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte,
adeus...
(Ivan Lins/Vitor Martins)

E eu vou lembrar você ...



Não vou viver
como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você
É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...
(Ana Carolina / Totonho Villeroy)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Versos Mortais...


Versos Mortais
Música:Carlinhos Oliveira/Letra : André Madi

"Tenho momentos só meu
Discreto do teu modo
Dificuldade em não te amar
Medo de me atrasar
Sigo perdoando os anjos
E os demonios por darem livre arbítrio
Por comprarem só no início
Assim eu sigo atroz
A voz é a voz por tanto amar
Quero cantar teu ventre sujo de suor
Meu suor
Os poros de ninguém
Faça-se o que pedem os imortais
Consuma-se o que pensam os mortais
Bebe-se o que cabe nos cristais
Meu mundo está assim
Sem cedilha os versos imortais. "
http://www.carlinhosoliveira.com/

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Palavra Coração



Se você não vem mais
Não sabe o que vai perder
Eu trouxe pra você
Tudo que eu sei fazer
Sou seu fã
Sou forte pra te segurar
Vou tocar
Fogo na manhã
E essa onda que vem lá
Só vai pegar
Quem tiver pique de aprender
Se apaixonar
No melhor sentido da palavra coração
No melhor amor do verbo amar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
São as mesmas coisas que eu deixei
Quem vai plantar, quem vai colher
Quem vai negar que a gente faz acontecer
Agora com seu beijo quente
A alvorada já vai nos levantar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
São as mesmas coisas que eu deixei
No melhor sentido da palavra emoção
No melhor amor que pode ser
Você vai me ganhar
Mas tenho que saber
Coisas de você
Que ninguém vai revelar
Sou seu fã
Sou forte pra te segurar
Vou tocar
Fogo na manhã
E essa onda que vem lá
Vai me levar
No melhor sentido da palavra coração
No melhor amor que pode ser
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
São as mesmas coisas que eu deixei
(Márcio Borges/Vermelho)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nua ...

Abraça-me...
me aperte junto ao seu corpo
dê seu peito desnudo para que eu debruce
o meu choro manso que você transformou
em uma caudalosa e densa volúpia
deixe que eu me aqueça em seus braços
que provaram ser fortes e meigos
quando sem vergonha ou pudor
me atirei para os seus beijos.

A magia evolui em cadências sensuais
nas mãos sequiosas de carinhos
que distribuimos um ao outro...
mesclando breves e doces sussurros
perdendo-se na brisa fresca
que lívida de inveja ia recolhendo todo êxtase
que nós produzíamos meio a palavras
desconexas
moldando um frenesi desvairado.

Abraça-me...
não diga que vai embora, ainda quero mais
nem que esteja prometendo voltar
quero viver essa ardente quimera
me sacie com tudo que puder
não deixe secar nem a sua nem a minha boca
me toque, me molhe por quanto tempo puder
pois todas as horas do mundo
no seu aconchego quero assim ... ficar!
(Maria Antônia Canavezi Scarpa)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Romance


Te sequestrei
Vou te reter pra sempre
Na minha idéia
No teu lugar, talvez
Fique alguma tonta, uma dublê
Uma mulher alheia
Na minha idéia
Vives plenamente
És a pessoa
Com todas as canções
Os momentos bons
E as horas más
Que a memória coa
Nas horas à toa
As vezes ando a cismar
Serei eu mesmo
Este cantor confuso
Que te rodeia
Ou estarei feliz
Sendo eternamente o que já fui
Dentro da tua idéia
(Chico Buarque)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mutante

O Sono - Tarsila do Amaral

Juro que não vai doer
se um dia eu roubar
o seu anel de brilhantes
afinal de contas dei meu coração
e você pôs na estante
como um troféu
no meio da bugiganga
você me deixou de tanga
ai de mim que sou romântica!
Kiss baby, kiss me baby, kiss me
pena que você não me kiss
não me suicidei por um triz
ai de mim que sou assim!
Quando eu me sinto um pouco rejeitada
me dá um nó na garganta
choro até secar a alma de toda mágoa
depois eu passo pra outra
como mutante
no fundo sempre sozinho
seguindo o meu caminho
ai de mim que sou romântica!
Kiss baby, kiss me baby, kiss me
pena que você não me kiss
não me suicidei por um triz
ai de mim que sou assim!
(Mutante - Rita Lee)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Hymne à L'Amour ...

"O céu azul sobre nós pode desabar
E a terra bem pode desmoronar
Pouco me importa, se tu me amas
Pouco se me dá o mundo inteiro
Desde que o amor inunde minhas manhãs
Desde que meu corpo esteja fremindo sob tuas mãos
Pouco me importam os problemas
Meu amor, já que tu me amas
Eu irei até o fim do mundo
Mandarei pintar meu cabelo de louro (ou: Me transformarei em loura)
Se tu me pedires
Irei despendurar a lua
Irei roubar a fortuna
Se tu me pedires
Eu renegarei minha pátria
Renegarei meus amigos
Se tu me pedires
Bem podem rir de mim
Farei o que quer que seja
Se tu me pedires
Se um dia a vida te arrancar de mim
Se tu morreres, se estiveres longe de mim
Pouco me importa, se tu me amas
Porque eu morrerei também
Teremos para nós a eternidade
No azul de toda a imensidão
No céu não haverá mais problemas
Meu amor, acredite que nos amamos
Deus reúne os que se amam..."

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Que linda ...



Ainda vai levar um tempo
Prá fechar
O que feriu por dentro
Natural que seja assim
Tanto prá você
Quanto prá mim...
Ainda leva uma cara
Prá gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de formiga
E sem vontade...
Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais...
Ainda vai levar um tempo
Prá fechar
O que feriu por dentro
Natural que seja assim
Tanto prá você
Quanto prá mim...
Ainda leva uma cara
Prá gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de formiga
E sem vontade...
Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais
Não te quero mais
Não mais!Êh!
Nunca mais!
(Assim caminha a humanidade - Lulu Santos)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Meu bem ...


Meu bem, meu bem
Você tem que acreditar em mim
Ninguém pode destruir assim um grande amor
Não dê ouvidos à maldade alheia, e creia
Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo
Meu bem, meu bem
Use a inteligência uma vez só
Quantos idiotas vivem só, sem ter amor
E você vai ficar também sozinha, eu sei porque
Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo
Quantas vezes eu tentei falar
Que no mundo não há mais lugar
Pra quem toma decisões na vida sem pensar
Conte ao menos até três, se precisar conte outra vez
Mas pense outra vez, meu bem, meu bem, meu bem, eu te amo...
Meu bem, meu bem
Sua incompreensão já é demais
Nunca vi alguém tão incapaz de compreender
Que o meu amor é bem maior que tudo que existe
Mas sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo
Tanto...
(Sua estupidez - Roberto Carlos /Erasmo Carlos)

Meu amor onde está você?



Meu amor onde está você
Te liguei só prá te dizer
Que ontem a noite
Foi boa demais...
Acordei e nem quis saber
Se hoje vou trabalhar
Nem sei!
Só queria ficar
Com você na paz...
Que preguiça de levantar
Encarar a cidade
Ter que rir para não chorar
Meu amor que saudade
Dá tristeza só de pensar
Prá que tanta maldade
Meu amor, meu amor...
Meu amor onde está você
Te liguei só prá te dizer
Que ontem a noite
Foi boa demais...
Acordei e nem quis saber
Se hoje vou trabalhar
Nem sei!
Só queria ficar
Com você na paz...
(Na Paz - Orlando Morais)

Só pro meu prazer ...



Não fala nada
Deixa tudo assim por mim
Eu não me importo se nós não somos bem assim
É tudo real nas minhas mentiras
E assim não faz mal
E assim não me faz mal não
Noite e dia se completam no nosso amor e ódio eterno
Eu te imagino
Eu te conserto
Eu faço a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa pra você
Minha maior ficção de amor
E eu te recriei só pro meu prazer
Só pro meu prazer
Não vem agora com essas insinuações
Dos seus defeitos ou de algum medo
que você não é nada que eu penso?
Também se não for não me faz mal
Não me faz mal não
Noite e dia se completam no nosso amor e ódio eterno
Eu te imagino
Eu te conserto
Eu faço a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa pra você
Minha maior ficção de amor
E eu te recriei só pro meu prazer
Só pro meu prazer ...
(Leoni/Fabiana Kherlakian) - http://www.leoni.art.br/

sábado, 26 de julho de 2008

Eu sei que vou te amar ...


"Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu vou te amar
A cada despedida
Eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar..

E cada verso meu será
Prá te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida...

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou...

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida...

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu vou te amar
A cada despedida
Eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar...

E cada verso meu será
Prá te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida...

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou...

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida..."
(Vinícius de Morais/Tom Jobim)

terça-feira, 22 de julho de 2008

O que me importa

O que me importa
Seu carinho agora
Se é muito tarde
Para amar você...
O que me importa
Se você me adora
Se já não há razão
Prá lhe querer...
O que me importa
Ver você sofrer assim
Se quando eu lhe quis
Você nem mesmo soube darAmor!...
O que me importa
Ver você chorando
Se tantas vezes
Eu chorei também...
O que me importa
Sua voz chamando
Se prá você jamais
Eu fui alguém...
O que me importa
Essa tristeza em seu olhar
Se o meu olhar tem mais
Tristezas prá chorar
Que o seu!...
O que me importa
Ver você tão triste
Se triste fui
E você nem ligou...
O que me importa
Seu carinho agora
Se para mim
A vida terminou
Terminou!
(Marisa Monte)

Saudades de Taiguara ...

Taiguara (Viagem)


Oi, Duduca, meu irmão
Como é que tá esse sol?
Ai, que frio e que saudade
Do feijão e da terrinha
Tô fazendo por aqui
Um choro pra você
Tem a cara de papai
Tô queimando Danny Hills,
Mas já não posso mais
Com o tal do ticken’ pie
Hoje amei e viajei
Por dentro de uma flor
Foi uma indiana linda
Parecida com Nininha
Ai, que falta você faz,
Mas deixa, Deus me traz
De novo pra apertar
O pianinho da paz
E aí, depois das gerais
Vamos fazer muito jazz...
(Cartinha pro Leblon - Taiguara)

Saudade de Marisa ...


Abro a janela e a camisa
E dou meu peito pra brisa
Clareia o olhar numa pomba
E brilha um branco de espera
De saudade de Marisa
E uma música soa
São notas, pombas que voam
Trazendo o som e correio
E eu te ouço, e eu te leio...
São portas, cartas abertas...
São notícias de você...
(Taiguara)

domingo, 20 de julho de 2008

Assim sou eu ...


“Eu nunca fui bem- comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bela. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.
E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória, e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
Eu tenho medo de altura, mas não êxito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou”
(Maria de Queiroz)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ame e dê Vexame ...


Quero te dizer que te amo. Sem idéias, palavras, pensamentos. Quero fazer que te amo só de amor. Com sentimentos, sentidos, emoções. Quero curtir que te amo só de amor. Olho no olho, cara a cara, corpo a corpo. Quero querer que te amo só de amor .
São sombras as palavras no papel. Claro-escuros projetados pelo amor, dos delírios e dos mistérios do prazer. Apenas sombras as palavras no papel.
Ser-não-ser refratados pelo amor no sexo e nos sonhos dos amantes. Fátuas sombras as palavras no papel.
Meu amor te escrevo feito um poema de carne, sangue, nervos e sêmen. São versos que pulsam, gemem e fecundam. Meu poema se encanta feito o amor dos bichos livres asa urgências dos cios e que jogam, brincam, cantam e dançam fazendo o amor como eu faço o poema.
Quero da vida às claras superfícies onde terminam e começam meus amores. Eu te sinto na pele, não no coração. Quero do amor às tenras superfícies onde a vida é lírica porque telúrica, onde sou épico porque ébrio e lúbrico. Quero genitais todas as nossas superfícies.
Não há limite para o prazer, meu grande amor, mas virá sempre antes, não depois da excitação.
Meu grande amor, o infinito é um recomeço. Não há limites para se viver um grande amor. Mas só te amo porque me dás o gozo e não gozo mais porque eu te amo. Não há limites para o fim de um grande amor.
Nossa nudez, juntos, não se completa nunca, mesmo quando se tornam quentes e congestionadas, úmidas e latejantes todas as mucosas. A nudez um com o corpo do outro. Por isso a nudez, no amor., não se satisfaz nunca.
Porque eu te amo, tu não precisas de mim.
Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos completar. Somos, um para o outro , deliciosamente desnecessários.
O amor é tanto, não quanto. Amar é enquanto, portanto. Ponto.
(Roberto Freire - do livro "Ame e dê Vexame)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Amor de Índio



Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar
Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar
E andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser tudo ...
(Beto Guedes/Ronaldo Bastos)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Você viu só que amor ...


Você viu só que amor nunca vi coisa assim
E passou nem parou mas olhou só pra mim
Se voltar vou atrás vou perdir vou falar
Vou contar que o amor foi feitinho pra dar
Olha é como o verão quente o coração
Salta de repente só pra ver a menina que vem
Ela vem sempre tem esse mar no olhar
E vai ver tem que ser nunca tem que amar
Hoje sim diz que sim já cansei de esperar
Nem parei nem dormi só pensando em me dar
Peço mas você não vem
Deixo então falo só digo ao céu mas você vem...
(Samba de Verão - Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle)

domingo, 6 de julho de 2008

Cheiro de Amor


De repente fico rindo à toa
sem saber por que
E vem a vontade
de sonhar de novo te ao encontrar
Foi tudo tão de repente,
eu não consigo esquecer
E confesso tive medo,
quase disse não
Mas o seu jeito de me olhar,
a fala mansa meio rouca
Foi me deixando quase louca
já não podia mais pensar
Eu me dei toda para você
E meio louca de prazer
lembro teu corpo no espelho
E vem o cheiro de amor,
eu te sinto tão presente...
Volte logo meu amor...
(Duda/Jota/Paulo Sérgio Valle/Ribeiro)

Quem me chamou ...



Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
Redescobrir, seu lugar
Pra retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender, a sonhar
Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde sim
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que que o mundo diz não
Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer
Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde sim
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz não
E eu desejo amar
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho
Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo
Vem
Agora é brincar de viver...
(Guilherme Arantes)

Coleção


Sei que você gosta de brincar
De amores
Mas óh: comigo, não! (comigo, não!)
Sei também que você...
Eu não sei...mais nada
Um dia
Você vai
Ouvir
De alguém
O que ouvi de ti
Então irá
Pensar
Como eu
Sonhei em vão
Não vá...ou vá
Você é quem quer...
Quer saber?
Eu amo
Você!
(Cassiano)

sábado, 5 de julho de 2008

Todo Sentimento


"Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo
Da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar
E urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo o sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente
Doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu..."
(Cristovão Bastos/Chico Buarque) http://www.chicobuarque.com.br/

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Como num romance ...


Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de pose em pose
Fui perdendo a pose
Até sorrir feliz
E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão foi desde então
Ficando flou
Como no cinema
Me levava as vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues
Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buque
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turne
Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz...
(A História de Lily Braun - Chico Buarque/Edu Lobo) http://www.chicobuarque.com.br/

sábado, 28 de junho de 2008

Quando Chove ...

Quando olho nos teus olhos
Não vejo a luz do amor
Só as sombras do passado
só um fogo que se apagou
A vida é assim
nosso espelho se quebrou
é hora de se guardar
os segredo no coração

Se chove lá fora
queima aqui dentro
de vontade de te abraçar
amor
quando chove
fica mais triste esperar
por alguém
que não vai chegar

Quando ouço teu silêncio
escuto meu coração
Bater apressado e urgente
te querendo sem querer
cansado de sofrer
Mais agora já é hora
dessa chuva ir embora
(Patrícia Marx)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O amor é vermelho ...


"Eu amo o amor.
O amor é vermelho.
O ciúme é verde.
Meus olhos são verdes.
Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros.
Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.
À extremidade de mim estou eu.
Eu, implorante, eu a que necessita,
a que pede, a que chora, a que lamenta.
Mas a que canta.
A que diz palavras.
Palavras ao vento?
Que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo .
Eu à beira do vento.
O morro dos ventos uivante me chama.
Vou, bruxa que sou.
E transmuto ..."
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Topázio



Kremlin, Berlim
Só pra te ver
E poder rir
Luzes, jasmim
Meu coração, vaso quebrado
Ilusão, fugir
Da fronteira de topázio e lã
Vou até rubi
Sedução
Poder sonhar
Estupidez
Você arrasa
E me arrasou
Só pra anoitecer
O que é escuro
Ninguém me beijou
Mais puro
Tô lembrando de você
Uma vez...
Kremlin, Berlim
Pra não dizer Telaviv
Ilusão
Fugir de mim.
(Djavan) - www.djavan.com.br

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Amor pra sempre

Se eu lembrar do que passou
Eu só vou chorar
Mas seu eu pensar no que virá
Eu só quero amar
Se eu desejar um novo amor
Sei que vou te achar
Onde estará meu novo amor
Eu vou encontrar
Então virás
Então virás, meu amor
Eu só quero ser feliz
Vem novo amor
Vem pro que der e vier, é pra sempre
Eu quero você
Vem pro meu sonho se realizar
Amor sincero
Se eu lembrar do que passou
Eu só vou chorar
Mas seu eu pensar no que virá
Eu só quero amar
Se eu desejar um novo amor
Sei que vou te achar
Onde estará meu novo amor
Eu vou encontrar
Então virás
Então virás, meu amor
Eu só quero ser feliz
Vem novo amor
Vem pro que der e vier, é pra sempre
Eu quero você
Vem pro meu sonho se realizar...
(Flávio Venturini) - http://www.flavioventurini.com.br/