domingo, 30 de novembro de 2008

Vem ...



Vem! Não te vás agora desta minha vida
preciso de ti como o poeta triste
que encontrou de repente a ilusão perdida,
agarra-se a ela pede e insiste: Fique!
Aqui sem ti é tudo frio
eu sinto na alma terrível nostalgia
e o mundo inteiro fica tão vazio!
Não te vás embora
desta minha vida agora!
Minha alma implora e não desiste
fique, que sem ti
serão esfarrapadas e tristes
todas as minhas poesias!
Fique, que trazes com tua presença
toda emoção que eu tanto necessito!
Fique, por Deus, eu repito
que durante tua ausência
de dor e de saudade eu não resisto!
Saiba... eu tenho bem guardadas
um punhado de rimas para te ofertar
mas, são palavras tão apaixonadas
que só ao teu ouvido poderei falar!
(Cassandra Rios)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mistérios



Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito de se apagar
Nem mesmo com toda água do mar
Preciso aprender os mistérios do fogo pra te incendiar
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito de atravessar
Preciso um navio pra me levar
Preciso aprender os mistérios do rio pra te navegar
Vida breve, natureza
Quem mandou, coração?
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo
pra te ensinar...
(Joyce/Maurício Maetro)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Há dores que eu sinceramente não resolvo!

No Elevador do Filho de Deus
Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressuscitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.
(www.escolalucinda.com.br)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Verdades e Mentiras

Responda depressa quem se acha esperto
Quem sabe de tudo que é certo na vida
Porque que a cara feroz da mentira nos pode trazer tanta felicidade
Porque que na hora da grande verdade às vezes o povo se esconde se esquece
Verdade....esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Mentira.... esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Verdade, mentira
Verdade ou mentira
Às vezes é sua inimiga a verdade
Às vezes é sua aliada a mentira
Aquilo que a vida nos dá e nos tira
Não anda de braços com a sinceridade
Por onde será que é mais curto o caminho
Qual deles mais sobre
Qual deles mais desce
Verdade....esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Mentira.... esconde esconde, jogo de esconde esconde tudo se esconderá
Verdade, mentira
Verdade ou mentira
Tem gente que jura que a vida é virtude
Tem gente que faz o bem por falsidade
Não há no universo uma força que mude
O dom da mentira, o som da verdade
A lábia do sábio, a arma do rude
São Deus e o Diabo unidos na prece
Verdade....esconde esconde
jogo de esconde esconde
tudo tudo se esconderá
Mentira.... esconde esconde
jogo de esconde esconde
tudo tudo se esconderá...
(Sá/Guarabyra)

sábado, 1 de novembro de 2008

100 anos de Cartola ...


Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo( a alvorada )
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida...
(Alvorada - Cartola)