quinta-feira, 5 de maio de 2011

A carne é triste



A carne é triste depois da felação
Depois do sessenta e nove a carne é triste.
É areia, o prazer?
Não há mais nada
Após esse tremor?
Só esperar
Outra convulsão, outro prazer
tão fundo na aparência
mas tão rasona eletricidade do minuto?
Já dilui o orgasmo na lembrança
E gosma
escorre lentamente de tua vida.

(Carlos Drummond de Andrade)

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